Thursday, April 26, 2007

Palavras


"..

Palavras secas e sem rumo,

Infatigável bater de cascos.

Enquanto

Do fundo do poço estrelas fixas

Governam uma vida."


Sylvia Plath, traduzida por Ana Cristina César

Wednesday, April 25, 2007

gag

Engoli a mordaça e cuspi o sangue cansado. Até ele não era vermelho mais. Senti a dor desses enganos no meu ombro, mas já não conseguia ir embora. Fiquei sorrindo displicentemente como alguém perdido em doces lembranças. Ao invés me olhar, ele me viu e enxergou minha boca cheia de sarcasmo. Piscava lentamente e ignorava as perguntas. Do que eu ria, ele quis saber. Minhas pernas não têm movimentos mais. Estou me entregando lentamente a esse limbo em que vocês vivem e em alguns dias nem respiro. Decadente, sufocada, claustrofóbica. E continuo a exercitar di-a-ri-a-men-te essa demência.

Tuesday, April 10, 2007

Era só uma tripa. Um pedaço pequeno, um resto, uma última lástima de amor. Ela nem pensou em correr, conhecia aquelas pernas e aquelas mentiras vãs. Quando a atingiram, sentiu o cheiro de esgoto, gritou. e quis esquecer. Olhou para os lados, pediu ajuda, mas todos dançavam, distantes e cansados dela e do esgoto. Fechou os olhos, sentiu o sangue. Quando a dor veio, não agüentou: - Toma sentidos, já que me engana, agora se punhete com essa dor!

dial a cliché

Na beira do abismo (how clichê!!), tentando não cair. Acorda sempre zangada, sem saber o por quê. Todo dia uma dor, toda dor uma dúvida. Um labor desagradável e mecanismos complexos sendo definidos por linhas de produção de palavras. Vivendo perdida entre palavras que não apaixonam, não se encaixam, não se aceitam. Idéias sem calor, linhas sem vida. Meu trabalho está morto. E eu?