Wednesday, July 19, 2006

Put the blame on Mame

Ainda hoje eu queimava palavras com uma colega de trabalho. Descobrimos um amigo em comum, que eu descobri ser o ex-namorado de uma amiga de infância. Falamos do relacionamento deles, das diferenças que os afastaram e da dificuldade que nós garotas encontramos pelo caminho, até encontrarmos um abraço com cheiro de “não-vá-embora”.

Contei sem constrangimento que hoje me sinto a típica mulherzinha/ mulherzona, buscando alguma independência – não cabe hoje elencar qual -, trabalhando pra burro, que já chorei pra cachorro e sangrei também. Mesmo que às vezes eu tenha sangrado tão devagar que eu mal tenha notado, e mesmo que às vezes eu tenha mordido os lábios pra não dar lugar às lágrimas e que o volume dos sussurros tenha sido mais baixo que meus suspiros de amor.

Lembrei das luas de São Jorge. Às vezes tristes, por vezes só belas. Algo como uma mulher, será? Não acredito em meninas na lua, mas acredito na fascinação da lua, ainda que triste ou bela. Assim como o amor, a noite, as mulheres. Não sou boa com metáforas, corro o risco de me perder com essas palavras, e também com analogias.

Sei que até na paixão gosto de coisas práticas. Gosto de amor real. Não agüentei por muito tempo um amor só meu, de grandiosidade iminente só minha. Concordo com Calu, a covardia ofende.

Lembranças vivas eu guardo no bolso, pra ficarem ao alcance das mãos. As demais vão para o baú, que onde deixo aquilo que um dia me serviu. Fala sério, vai ser legal encontrar uma calça semibrega e uma foto de um falecido, só pra rir do passado e lembrar que essa roupa, meu bem, não te serve mais.

É fadastauras, enferrugei com as palavras. Acho que o amor comeu meu nome, minha criatividade, minha capacidade de divagação e toda a tormenta que me incomodou tanto tempo. Estou feliz pelo que for. Hoje, não quero ser racional. E acho que nem conseguiria. Uma mulherzinha apaixonada, ainda tonta com as descobertas que isso traz. Punch drunk love.

Quer melhor? Tenho amigos que me parecem uma fauna e tornam qualquer dia triste muito diminuto perto das horas fantásticas passadas juntos. Pelos fragmentos do dia que me permitem lembrar de vocês. Danem-se os anjos da lua, baby. Quero é saber quais os fantasmas que existem na rua, porque o meu pelotão, esse tá completo.

Wednesday, July 12, 2006

Serenata


“De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como fecharei, se não for santa?”

Adélia Prado

Toda mulher já foi Blanche Dubois

Monday, July 10, 2006

Lua de São Jorge: réplica à fadataura

Só sobre a Lua. Saudade, melhor não


Não sei sobre a menina do cabelo de querubim. A minha vó, que tem mania de fazer amizades estranhas e bolinho de chuva, dizia sobre os trovões: “shhhhhh... escuta, São Serafim está comendo os anjos”. Pode ser mesmo que o céu seja repleto de dor e morbidez. Cheio de anjos violentados, presos.Então não há mesmo felicidade possível. Mas os avós são sempre cheios de axiomas, traumas e segundas intenções, como fazer a gente dormir antes do Jornal Nacional.
Mas eu sei que ninguém que pode ver consegue ficar indiferente a uma lua cheia. Pescadores, apaixonados, abandonados, cabeleireiros, psicopatas, frígidos, lobisomens, vaga-lumes, poetas e músicos (estes dois, interesseiros profissionais na matéria-prima noturna).
Um amor bem grande pode não ser triste. Nem todo gigante é canibal e infeliz, como na história do pé de feijão. Vinicius também achava que uma mulher tem que ter qualquer coisa de triste, o molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza. È lindo, mas não é verdade sempre, assim como as palavras dos apaixonados.
Um amor bem grande pode ser alegre, bagunceiro e festivo, se tiver coragem. Um dia ele morre e todo romance sempre acaba mal, se não acabou mal, é porque não acabou, de acordo com o 02 Neurônio. Pode morrer inteiro, pode morrer só pra você ou pode ser enterrado vivo, se você estiver com muito medo.
Memórias com lua cheia são indigestas. Deixo as gavetas fechadas, mas nada de guardar lá o gosto do algodão-doce e os cheiros que fazem feliz. Ora, não são coisas de gaveta. São coisas de se levar na carteira, de se levar no peito, como os patuás. Não enterro nem engaveto nada que me faz feliz.
... meet me in Montauk...
Ruína Azul: De nada adiantou a Lacuna Inc para a ajudante do médico. Ela se apaixonou por ele de novo, do mesmo jeito, pelas mesmas coisas. O que nos provoca não muda. Se a página é apagada, sem memória de novo vai ser preenchida da mesma forma. È triste, mas a gente precisa das manchas, das marcas, para que o texto seja outro, ainda que igual.
Aprovo todas as teorias sobre a lua cheia, Ana. E acredito na idoneidade dos seus suspiros, que devem ter, sim, ar na conta corrente.

Sunday, July 09, 2006

O delay amoroso


Um dia acordou e não estava mais lá o que deveria ter sumido há muito tempo. Mas o metabolismo era lento.

cérebro, quem precisa de um?

não caiam no papinho da carol! diga não a lex luthor. e também às dores de estômago, os cremes depilatórios, aos domingos com trabalho e aos colchões sem lençol.
pronto, territórrio demarcado, pois imagino que não vou dar muito as caras (ou as letras) por aqui. absoluta falta de criatividade, apenas. verborragia e diarréia verbal reservo à calula, que é bem boa nisso.

advertência aos incautos: os primeiros dez dia do mês são reservados à tpm. quem ignorar o aviso e ultrapassar a área radioativa, corre risco de se tornar personagem deste espaço.
e tenho dito.
hasta.

Friday, July 07, 2006

Anúncio


Procura-se Susan Desesperadamente. Procura-se Lex Luthor. E também Procura-se Amy, a Super Nanny, Aladin e o Gato de Botas. Procura-se a Lacuna Inc, o Gilbert Grape, a Mary Poppins, a Noviça Rebelde e o Mágico de Oz. Procura-se uma boa guerra da secessão, o sol da Toscana, o padre Merrin e o Bud Revell. Também podem ser Micky e Mallory, Frank Four Fingers e Paul Kersey. Procura-se Winston Wolf. Procura-se Uma Saída de Mestre.

Inaugurando...


When Mrs. O'Leary's cow kicked the lanternIn Chicago town
They say that started the fire
That burned Chicago down
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame kissed a buyer from out of town
That kiss burned Chicago down
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
When they had the earthquake in San Francisco
Back in nineteen-six
They said that ol' Mother Nature
Was up to her old tricks
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
One night she started to shimmy-shake
That brought on the Frisco quakes
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame